Estas terras eram ocupadas primitivamente por índios Tupinambás, também conhecidos como Jacutingas (que se enfeitam com penas de Jacú Branco) área rica em Sambaquis, com a ocupação portuguesa esta área passou a fazer parte da Freguesia de Santo Antônio da Jacutinga (freguesia, designação portuguesa de paróquia, território submetido à jurisdição espiritual de um frei que também exerce a administração civil), onde funcionava o Engenho do Pantanal, dando origem ao atual nome do bairro.
O Pantanal foi ocupado pelos portugueses primeiramente no morro do Cruzeiro (teve este nome por ter sido erguida um enorme crucifixo de madeira para que as freiras pudessem fazer suas orações), onde metade era propriedade de duas freiras, e a outra metade pertencia à uma família de portugueses.
Tenório também construiu uma escola: Educandário Maria Tenório, que em 2004, passou a abrigar a Escola Municipal Maria Clara Machado.
E um cinema popular
O Pantanal foi ocupado pelos portugueses primeiramente no morro do Cruzeiro (teve este nome por ter sido erguida um enorme crucifixo de madeira para que as freiras pudessem fazer suas orações), onde metade era propriedade de duas freiras, e a outra metade pertencia à uma família de portugueses.
As terras do Pantanal passaram a pertencer a União (Ministério da Saúde), até 1958, quando aconteceu uma grande enchente no mês de dezembro, arrasando a comunidade da Vila ideal no Centro de Duque de Caxias, então Deputado Tenório Cavalcante conseguiu junto ao presidente Juscelino a verba para viabilizar a construção emergencial de casas populares para os flagelados no terreno cedido pela União no Bairro Pantanal.
Tenório Cavalcante
Foi construída a Vila São José, e de acordo com relatos de moradores antigos as casas eram bem simples, com fossas rudimentares, ruas de areias limpas, não havia água encanada, o abastecimento de água se dava por dois bicões localizado na atual Av. Gomes Freire, que ficou conhecida pelos moradores como reta do bicão, local onde formava um corredor de eucaliptos e existia um rio afluente do Sarapuí, atualmente canalizado, devido as constantes enchentes na região.
Av. Gomes Freire, local onde existiam dois bicões de água.
Segundo os moradores antigos, no alto da colina atrás da Vila São José, existiam ruínas de um castelo que supostamente pertencia a Marquesa de Santos, onde foram encontrados tesouros e ossadas de escravos, local do qual se tinha uma visão privilegiada das terras e do rio Sarapuí. Mas historicamente se tem nenhuma comprovação documental que este castelo pertencia a Marquesa.
Visão de cima da colina
Ruínas do suposto Solar da Marquesa de Santos
Atualmente não existe mais.
O bairro entrou para a história, por abrigar a Chácara de Tenório Cavalcante, local onde viveu até sua morte, em 1987.
Carro que pertenceu ao Tenório Cavalcante.
Tenório também construiu uma escola: Educandário Maria Tenório, que em 2004, passou a abrigar a Escola Municipal Maria Clara Machado.
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E um cinema popular
Injustiças Ambientais no Pantanal
Entende-se por Injustiça Ambiental o mecanismo pelo qual sociedades desiguais destinam a maior carga dos danos ambientais do desenvolvimento a grupos sociais de trabalhadores, populações de baixa renda, grupos raciais discriminados, populações marginalizadas e mais vulneráveis.
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O conceito de Justiça Ambiental vem da experiência inicial dos movimentos sociais dos Estados Unidos e do clamor dos seus cidadãos pobres e etnias socialmente discriminadas e vulnerabilizadas, quanto à sua maior exposição a riscos ambientais por habitarem nas vizinhanças de depósitos de lixos químicos e radioativos ou de indústrias com efluentes poluentes. É um paradigma tributário da luta dos negros norte-americanos por direitos civis (HERCULANO, apud LYNCH, 2001: 60).
Com o crescimento desordenado da população, atualmente ao longo da Av. Gomes Freire, surgiu uma favela conhecida como Barrinho, comunidade esta que cresce em local de risco, em terrenos alagadiços as margens do Sarapuí, sem saneamento básico, sem abastecimento água e nem coleta de lixo.
Os eucaliptos deram lugar a moradias e ao lixo que é descartado pela população ao longo da reta, local este que abriga pontos de ônibus e serve de passagem para os moradores, que são obrigados a caminharem entre o lixo, aumentando ainda mais o risco de doenças.
O ecossistema vem sendo degradado, os terrenos alagadiços estão sendo aterrados e contaminados com esgoto e dejetos, habitat de várias espécies de animais como o jacaré do papo amarelo em risco de extinção.
Casa sendo construída em terreno alagadiço habitat de jacarés
Segundo o relato de moradores, várias pessoas caçam jacarés, cobras, dentre outros animais para alimentar-se devido a situação miserável em que algumas famílias se encontram.
A falta d’água é um dos maiores problemas da região. Os dois bicões de água que existiam na Avenida Gomes Freire, não existem mais e a população sofre com a precariedade no abastecimento.
Na rua 1, observa-se uma bica na calçada, local que de madrugada, moradores formam fila, para conseguir água.
Uma tubulação de água da CEDAE, passa bem próximo ao bairro, mas não abastece as casas , pois é responsável pelo abastecimento de bairros no município do Rio de Janeiro. Devido a falta de manutenção da CEDAE a tubulação possui vários vazamentos próximo a ponte de Gramacho, na Av. Presidente Kennedy, no local é comum ver crianças e adultos tomando banho e enchendo vasilhas com água sendo desperdiçado cerca de 120 litros por minuto. Em apenas um dia, a água desperdiçada abasteceria 346 caixas d’água de 500 litros, enquanto isso as caixas d’águas das residências do Pantanal continuam vazias.
Muitos moradores fazem ligações clandestinas de água, quebrando até o asfalto, quando necessário. Outros instalam poços artesianos em suas residências e compartilham com seus vizinhos a água, que não foi submetida a qualquer tratamento, nem passou por análise para verificar se a água é potável.
A escola depende de carro pipa para garantir o abastecimento de água, e por diversas vezes quando o carro pipa não vem a tempo, é necessário suspender as aulas, prejudicando a aprendizagem dos alunos.
A poluição dos recursos hídricos e a falta de dragagem ocasionam doenças e enchentes na região.
Marcas nas paredes de uma residência das constantes enchentes.
Moradores que vivem próximos aos rios da região não possuem nem móveis, guardam as roupas e pertences em caixas de papelão, alternativa esta para não perder tudo a cada enchente.
O lixo também é um desfio a ser vencido, com a coleta de lixo irregular, a população descarta o lixo em locais inapropriados.
Devido a falta de saneamento básico o esgoto corre a céu aberto.
O desmatamento também é outro problema da região
Neste local existia uma lagoa que secou recentemente.
As crianças são as que mais sofrem com as injustiças ambientais da região, pois brincam nas ruas com esgoto a céu aberto e lixo, banham-se nos rios poluídos da região, ficam sem aula devido a falta d’água e são mais vulneráveis a doenças causada pela contaminação da água e do solo. Além de correrem o risco de serem atacados por animais perigosos, devido a proximidade das residências dos rios e construídas em áreas pantanosas, habitat natural de algumas espécies de cobras e jacarés.
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Árvore centenária encontrada na antiga Chácara de Tenório Cavalcante